segunda-feira, 4 de abril de 2011

Como já não me resta o paladar

Eu sou o dedo médio do protesto.
A mais vil criatura do manifesto!
Do gosto mais vermelho sou amante!
Do sabor mais claro sou puro infante...

Para ineficácia do mal eu presto;
e dos campos recolho qualquer resto.
Sem perdurar mais que um negro instante...
Alcançando profundezas e avante!

Venho por entre os pincéis de luz,
por navios anis ao atracador;
carga pesada esqueleto-motor!

Copos com o amargo do ponto-cruz.
Esses vinhos cuja tão bela cor,
passam para ser do quente sabor!

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